sexta-feira, 26 de março de 2010

Eu escolhi jornalismo ou foi ele quem me escolheu?


Nunca soube fazer escolhas, sempre fui cheia de dúvidas e sempre vi boas possibilidades entre as opções que me foram dadas, enfim, nunca soube escolher e sempre quando escolhi, escolhi errado. Porém aos 17 anos tive que escolher o que fazer da vida, me deram um empurrãozinho, um tapinha nos ombros e falaram: "É! O que você vai fazer da vida? Em que curso vou te matricular?"
Como assim? Como foram capazes de dar tamanha responsabilidade em minhas mãos? Só tenho 17 anos, como escolher o que farei da vida? Uma vida que pode chegar aos cem anos...
Quando eu era pequena sonhava em ser veterinária, qual criança nunca exitou essa possibilidade, a partir dos treze anos fixei em minha cabeça que queria ser bióloga marinha, para ser sincera tenho uma profunda tristeza em lembrar que fui capaz de desistir, confesso que mar, água, profundidade, desconhecidos e tubarões me atraem demais, o perigo em si me excita, e vi em biologia marinha um fundo de perigo delicioso, mas aos 17 anos mudei de ideia fulminantemente e então, quando a mais profunda das certezas era a biologia, virei para a minha família e disse: "JORNALISMO!".
É claro que de primeira ouvi, "Jornalismo? Oras, mas não precisa mais de diploma!", mas não ouvi isso da minha família e sim das pessoas de fora, minha família sempre me apoiou em tudo, e logo foram atrás do melhor para mim...
Pra vocês terem uma noção, prestei algumas faculdades públicas, mas em nenhuma me inscrevi para jornalismo, caí de para quedas nesse curso e confesso que bati feio a bunda no chão.
Quis a vida inteira me envolver com animais, conhecer os bichos, e acabei mechendo com o mais traiçoeiro das espécies, o ser humano.
Me apaixonei, nunca soube fazer escolhas, sempre fui escolhida ou sempre escolhi errado, mas confesso que ter escolhido jornalismo é algo que vai muito além de mim, é algo que eu amo e quando eu falo em jornalismo meus olhos se enchem de lágrimas, é como se fosse algo vindo de dentro de mim, é como um filho no ventre de uma mãe, mesmo ela não tendo ele nos braços, mesmo sendo tão desconhecido, ela ama, sem muitas explicações, apenas ama!
Estou apenas começando o curso, ainda é um feto, mas não vejo a hora do tempo passar, desse bebê crescer, de me tornar uma jornalista de verdade, de ter o meu bebê nos braços. Quando eu penso no futuro eu vejo o amor, vejo uma rotina cansativa, mas que vai me satisfazer e que no final do dia, eu estarei cansada mas ao mesmo tempo com a sensação de missão cumprida.
Uma vez minha professora disse que jornalistas têm meio que a síndrome de Clarck Kent, o super-homem que se disfarça de jornalista, a vontade de mudar o mundo, e às vezes eu me pergunto se eu não possuo essa síndrome, porque essa é a minha vontade, não quero futilidades, nem mentiras, nem vulgaridades, eu quero a verdade, não coberta por patrocinadores ou propagandas, quero dar as pessoas o conhecimento necessário para elas serem pessoas de verdade e não máquinas comandadas pela mídia e capitalismo.
Enxergo jornalismo dessa forma.
Tenho orgulho do que eu escolhi para a minha vida. Sei que hoje eu escrevo aqui e poucos lêem, mas e no futuro? Se eu puder mudar algo na forma de pensar dos poucos que lêem meu blog decadente, e conseguir mudar para melhor, já fico feliz. Mas se um dia eu tiver a chance de melhorar minhas ideias, minhas opiniões e vir escrever aqui para MUITOS lerem e com isso, mudar para melhor muitas pessoas, que sonho bom, e que sonho totalmente possível!
É por isso que eu enxergo o amor no futuro, eu sinto amor em poder usar as palavras de forma simples, mas da forma certa para que alguém entenda, sinta o que eu sinto pelas coisas que eu digo!
Thays Gomes

"Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra!"
(Autor Desconhecido)

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