quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que você não sabe e nunca vai saber...

Eu sou forte, sim, não por uma simples escolha, aceitaria de bom grado qualquer tipo de fraqueza, mas sim; porque a vida jamais me deu esse luxo, o luxo de poder ser fraca, desde sempre ela me encheu de murros no estômago.
Sempre penso, e se fosse você?
Eu vi meu pai ir pra longe logo cedo, a pessoa que eu mais idolatrava, indo embora sem eu nem saber porque... você não sabe o que é uma criança ter pesadelos toda noite e acordar gritando e chorando de saudade, você não sabe o que é ter que escolher entre a sua mãe e a casa em que você cresceu, você não sabe a dor que a morte causa quando rouba de você o homem que cumpria o papel de pai, quando este não estava lá!
Você não sabe nada disso, e nunca vai saber, porque a sua família é quase baseada em uma da novela de Manoel Carlos, você nunca passou por 1/3 das coisas que eu passei desde sempre, desde pequena. Você simplesmente não sabe os lugares horríveis aonde eu estive por um erro que não cometi...
Você queria que eu fosse fraca? Eu apanhei tanto da vida desde sempre, e você quer que eu me dê ao luxo de ser fraca, de chorar? Eu que não chorei nem quando meu avô partiu, quando metade do meu coração partiu!
São traumas, feridas, cicatrizes que você jamais vai entender ou saber, porque eu nunca te contei, nunca iriei contar a mim mesma.
Mas eu só digo...
Há motivos muito maiores para sofrer, eu sofreria por isso, mas eu passei grande parte da minha vida sofrendo, machucada, por favor, não deseje que eu sofra mais...
Thays Gomes

sábado, 6 de novembro de 2010

Assim ela vai...

Assim ela vai...
Cheia de si, segura e inquebrável, por qualquer rua deserta, escura e interminável, buscando por aí um amor de verdade, que a abrace forte, tão forte que quase tire dela seu antigo amor.
O antigo e eterno amor.
Assim ela vai...
Tem dançado com o demônio por muito tempo, e isto a tem feito amadurecer, substituindo lágrimas por sorrisos, carência por tesão, tristeza por bebidas... mas ela não consegue ser assim o tempo todo, todo dia, toda vida e por isso logo irá sentir falta de lembrar e chorar pelo seu verdadeiro amor...
Ele se tornou um desenho borrado em sua mente, não reconhece mais o seu rosto, mas pode vê-lo nitidamente em seus sonhos.
Ela ama.
Ela o ama.
Ama todas as cores que consegue enxergar nele, todas as cores que seu corpo possui. A cor de seus cabelos e de seus olhos, e também a de sua pele.
Ama também os traços de sua boca e de seu nariz. Seus ombros largos e o calor de seus braços que mesmo sem poder sentir ela consegue imaginar.
Ela ama tanto ele, tanto, tanto que já não é mais um sentimento, é quase uma fé, uma religião.
Ele é...
Quase um Deus. Não. Ele é o seu Deus.
É nele que ela pensa quando algo dá certo, é ele quem ela quer quando algo dá errado. É para ele que ela reza todas as noites. É ele quem ela pede todas as noites. Religiosamente todas as noites, durante anos, sem perder um dia sequer.
E ela sabe que quase venderia sua alma ao diabo, quase, pois nem isso faria ela pertencer a ele.
E assim ela vai...
Não importa o caminho ou o rumo que irá tomar. "Não importa", ela repete o tempo todo. Não importa porque ela não o tem, mas um dia irá importar. Um dia ela o terá. Pode escrever em qualquer pedaço de papel que você tem em mãos agora.
Um dia ela será dele e ele dela.
E assim ela vai...
Enchê-lo de sonhos, entupi-lo de amor, rabisca-lo de carinho.
Vai fazer ele sentir todas as sensações que ainda não conhecia. Com certeza, ela irá fazê-lo transbordar de alegria e vontade de viver.
O homem mais feliz de todo o Universo, é o que ela quer fazer dele. O mais feliz e mais completo.
Quando ele estiver dormindo ao seu lado ela vai passar de leve seu dedo pelo seu rosto, pelo seus traços e brincar com os seus cabelos, vai sorrir e quase chorar, mas de alegria, de felicidade e ficará olhando pra ele por horas e horas, durante vidas e vidas, sem deixar os pesadelos invadi-lo, velará seu sono agradecendo por ter ele em seus braços.
Assim ela vai...
Por ai, por qualquer canto, em qualquer encanto. Tropeçando em sonhos de te-lo a qualquer preço. Sonhos estes que insistem em se colocar em seu caminho, mas não se sabe se é para que ela insista em realiza-los ou apenas derruba-la...
Thays Gomes

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

My sunshine

É algo físico, quase que matemático, totalmente racional.

Antes que você me dê as costas, deixe-me te dizer que o amanhã nunca me pareceu tão incerto.
Antes eu acordava com a sensação de que eu saberia o que ia acontecer durante todo o dia. Era como se eu tivesse em mãos um cronograma, uma tabela de horários que eu apenas precisava seguir para atravessar o dia e chegar ao fim dele bem, inteira e viva. Vez ou outra algo mudava.
Mas hoje, eu não sei o que pensar sobre o dia de amanhã. Eu odeio isso. Colocar minha cabeça no travesseiro e criar hipóteses, pensar sobre coisas que não são concretas e estão longe de ser. Se estou certa, nunca serão.
Sinceramente, não sei nem se devo pensar em algo. Esperar que você venha até mim, ou que troquemos algumas palavras. Esperar te ver ou te encontrar. Não sei nem se amanhã vou acordar querendo ser sua ou querendo não te ver nunca mais.
Confesso que isso encomoda um pouco, encomodava, hoje em dia entristece, quase dói, quase machuca... e quase passa, mas nunca passa.
Deito e penso: "Será que ele ainda vai me querer amanhã?", e logo retruco comigo mesma tentando explicar que não é bem assim, que você não tem a obrigação de gostar de mim ou me querer, nem hoje, nem amanhã, nem quando a gente se beija ou quando a gente transa.
O negócio é físico, quase que matemático, totalmente racional.
Por mim, tudo ótimo, tudo lindo... aparentemente! Mas logo, quase que em todos os momentos venho querendo falar sobre sentimentos.
Sentimentos? Sentimentos? Sentimentos? Que porra é essa?
O negócio fluí, é bom, é gostoso, a gente se diverte, quem precisa de sentimentos?
Eu preciso deles!
Você não vê? O quê aqui você não quer ver?
Eu tenho estado a mil últimamente, tudo isso tá me dando um puta medo, me deixando assustada e eu sei, alguma coisa aqui te assusta também.
A verdade é que, não consigo ser assim, tão equilibrada, relaxada, como você fingi ser, eu até era, mas você forçou a barra, insistiu demais, eu entrei na dança achando que seria um passa tempo divertido, diferente, pensando que iria brincar, jogar qualquer joguinho idiota, mas ir embora a hora que bem entendesse sem sentir nada, nem pena, dó ou qualquer sentimento, bom ou ruim, por você.
Eu errei feio!
Eu fico com você, e parto a hora que eu entendo que já deu, mas sempre com a vontade de ficar mais um pouquinho, ou mais um mundo de tempo.
Vou embora sem querer ir, e isso vem me deixando triste, cada dia mais pra baixo.
Eu não pertenço a você, eu não pertenço a ninguém, eu sou tão minha, eu estou sempre tão dentro de mim que a única coisa que eu queria agora é me doar à você. Me esvaziar de "eus" e me encher de "você", sim!
Mas você nunca me tira de mim. Você só deixa eu me afogar mais e mais. Nunca é suficiente.
Eu odeio isso. Eu odeio você. Eu odeio a maneira como você age.
Você é injusto, egoísta e egocêntrico. Feri por prazer, por pura vaidade, pra poder se vangloriar e dizer que você pode e consegue a qualquer hora, com qualquer uma. Mas eu não sou qualquer uma, tudo o que você faz sou eu quem dita o tempo e eu entro no seu jogo porque eu sou quase masoquista, auto-distruidora. Você não é bom o bastante a ponto de me levar...
Existe algumas coisas que eu gosto em você. O jeito como você se movimenta e sorri. Seu olhar, os seus olhos verdes, o seu perfume que empregna no meu corpo e espalha no ambiente e o seu cabelo que parece um milhão de raios de Sol.
Há mil coisas sobre você que me fariam desistir dessa estupidez e ir embora de vez.
Mas sinceramente fico buscando pequenos detalhes pra ficar...

Eu tive tanto medo disso acontecer, de algum dia sentir vontade de escrever sobre você. Tive medo de gostar. No começo era indiferente. Você podia ir e vir, sorrir, cantarolar... agora eu ando tão abalada por você. Você perto, você longe, tudo me deixa triste, tudo me faz querer você.
Querer você... que engraçado, eu que nunca quis ninguém...

Thays Gomes