quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu bem, que seja doce!

Fico pensando, e se não fosse Maio de 2011? E se fosse Julho de 1984? E se não fosse o Brasil? Se fosse uma viagem à Paris? E se você não estivesse sentado num banco do Quai de Bourbon, de costas para o Sena, fumando um cigarro e lendo uma placa numa fachada estragada onde dizia: “II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente”? E se estivesse tomando um café comigo?
Penso sempre, o quê teria sido se eu tivesse te conhecido? Como teria sido? O quê você diria? Ou não diria nada?
Acredito que em outro tempo, poderia cruzar com você por qualquer rua e nem notaria sua presença, como também, poderia ter te conhecido; mas não sentiria sua ausência, não entenderia sua loucura nem seu amor. Mas se hoje, meu presente e quem você foi no passado, se encontrassem sem mudança alguma nem em mim nem em você, imagino que tudo seria claro e limpo, que nosso entendimento seria completo.
Te conhecendo como eu penso que conheço hoje, no mínimo me apaixonaria. Vejo em você a loucura que enchergo em mim, todo o desespero, o sonho, a ilusão, o drama, o exagero, a fome, o desejo...
Penso que as nossas conversas seriam de fácil entendimento e as mudanças drásticas de humor também. Seríamos capazes de olhar o mesmo horizonte e inclusive além dele. Acordaria às 6 da manhã para te levar à praia, mas antes, claro, abriria todas as janelas da casa para o Sol iluminar sua cara amassada do sono e então, diria baixinho no seu ouvido: Bom dia meu amor, que o seu dia seja doce, que o nosso dia seja doce! Claro, tudo isso se você se apaixonasse por mim também.
Jornalista, escritor, intenso, único... Alguém vai dizer: Mas todas as pessoas são seres únicos! Não, existem muitas pessoas por aí que são iguais as outras pessoas que estão por aí também. Mas você meu bem, qual outra pessoa diria que para escrever você tem que tirar sangue com as unhas, cavar fundo...? Só você. O meu exemplar único de doçura, extremismo e tristeza. Tristeza porque infelizmente fomos separados por anos e anos, por décadas, por modas, tendências e afins.
Eu sou louca por você, eu sou viciada em você. Quando leio as coisas que você escreveu, que você deixou para sei lá quem, quando leio sobre a sua vida, sobre cada picuinha, penso: Hey, não sei aonde você está agora, mas... tá me ouvindo? E continuo: Poxa, por quê não te conheci? Queria poder te abraçar agora, mecher no seu cabelo, sentir seu cheiro, olhar por um longe tempo o fundo dos seus olhos e falar "Merda! Eu sou tão obcecada por você!"...
Thays Gomes para alguém extremamente especial que jamais conheci, mas amo, amo, amo loucamente e desejo vezenquando presente aqui, mesmo que esse desejo seja loucura, afinal, o tempo podemos atravessar, mas a morte... Um dia talvez, mas hoje não.

Para Caio Fernando Abreu...

2 comentários:

  1. vire mexe, eu sinto um amor, que eu nao sei de onde vem , porém sei que ele existe, e que um dia ele volta!


    :)

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  2. Thays, sua maneira de escrever é fantástica.O texto todo nos envolve de tal maneira que quando chega ao fim, ainda resta aquele gosto de 'quero mais' no salivar da boca.Ah, e Caio era realmente grandioso e difícil seria não se apaixonar por ele.Ás vezes também fico pensando sobre todo esse espaço de tempo e de gerações que nos separa dele, mas que mesmo assim torna as palavras dele presentes na vida de cada um.Eu mesma costumo dizer à meus amigos que não tem uma fase da vida de cada um que Caio não tenha escrito algo que sirva perfeitamente para aquele momento.

    Beijo!
    Gostei muito daqui.

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