quarta-feira, 3 de novembro de 2010

My sunshine

É algo físico, quase que matemático, totalmente racional.

Antes que você me dê as costas, deixe-me te dizer que o amanhã nunca me pareceu tão incerto.
Antes eu acordava com a sensação de que eu saberia o que ia acontecer durante todo o dia. Era como se eu tivesse em mãos um cronograma, uma tabela de horários que eu apenas precisava seguir para atravessar o dia e chegar ao fim dele bem, inteira e viva. Vez ou outra algo mudava.
Mas hoje, eu não sei o que pensar sobre o dia de amanhã. Eu odeio isso. Colocar minha cabeça no travesseiro e criar hipóteses, pensar sobre coisas que não são concretas e estão longe de ser. Se estou certa, nunca serão.
Sinceramente, não sei nem se devo pensar em algo. Esperar que você venha até mim, ou que troquemos algumas palavras. Esperar te ver ou te encontrar. Não sei nem se amanhã vou acordar querendo ser sua ou querendo não te ver nunca mais.
Confesso que isso encomoda um pouco, encomodava, hoje em dia entristece, quase dói, quase machuca... e quase passa, mas nunca passa.
Deito e penso: "Será que ele ainda vai me querer amanhã?", e logo retruco comigo mesma tentando explicar que não é bem assim, que você não tem a obrigação de gostar de mim ou me querer, nem hoje, nem amanhã, nem quando a gente se beija ou quando a gente transa.
O negócio é físico, quase que matemático, totalmente racional.
Por mim, tudo ótimo, tudo lindo... aparentemente! Mas logo, quase que em todos os momentos venho querendo falar sobre sentimentos.
Sentimentos? Sentimentos? Sentimentos? Que porra é essa?
O negócio fluí, é bom, é gostoso, a gente se diverte, quem precisa de sentimentos?
Eu preciso deles!
Você não vê? O quê aqui você não quer ver?
Eu tenho estado a mil últimamente, tudo isso tá me dando um puta medo, me deixando assustada e eu sei, alguma coisa aqui te assusta também.
A verdade é que, não consigo ser assim, tão equilibrada, relaxada, como você fingi ser, eu até era, mas você forçou a barra, insistiu demais, eu entrei na dança achando que seria um passa tempo divertido, diferente, pensando que iria brincar, jogar qualquer joguinho idiota, mas ir embora a hora que bem entendesse sem sentir nada, nem pena, dó ou qualquer sentimento, bom ou ruim, por você.
Eu errei feio!
Eu fico com você, e parto a hora que eu entendo que já deu, mas sempre com a vontade de ficar mais um pouquinho, ou mais um mundo de tempo.
Vou embora sem querer ir, e isso vem me deixando triste, cada dia mais pra baixo.
Eu não pertenço a você, eu não pertenço a ninguém, eu sou tão minha, eu estou sempre tão dentro de mim que a única coisa que eu queria agora é me doar à você. Me esvaziar de "eus" e me encher de "você", sim!
Mas você nunca me tira de mim. Você só deixa eu me afogar mais e mais. Nunca é suficiente.
Eu odeio isso. Eu odeio você. Eu odeio a maneira como você age.
Você é injusto, egoísta e egocêntrico. Feri por prazer, por pura vaidade, pra poder se vangloriar e dizer que você pode e consegue a qualquer hora, com qualquer uma. Mas eu não sou qualquer uma, tudo o que você faz sou eu quem dita o tempo e eu entro no seu jogo porque eu sou quase masoquista, auto-distruidora. Você não é bom o bastante a ponto de me levar...
Existe algumas coisas que eu gosto em você. O jeito como você se movimenta e sorri. Seu olhar, os seus olhos verdes, o seu perfume que empregna no meu corpo e espalha no ambiente e o seu cabelo que parece um milhão de raios de Sol.
Há mil coisas sobre você que me fariam desistir dessa estupidez e ir embora de vez.
Mas sinceramente fico buscando pequenos detalhes pra ficar...

Eu tive tanto medo disso acontecer, de algum dia sentir vontade de escrever sobre você. Tive medo de gostar. No começo era indiferente. Você podia ir e vir, sorrir, cantarolar... agora eu ando tão abalada por você. Você perto, você longe, tudo me deixa triste, tudo me faz querer você.
Querer você... que engraçado, eu que nunca quis ninguém...

Thays Gomes

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